Na educação, a busca do tempo perdido

Postado por Profª Gisele Lira | 12:10 | 0 comentários »

O Globo, 09/07/2010 - Rio de Janeiro RJ
O panorama traçado pelo cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para todo o país em 2009 traz uma notícia ruim e duas boas. A negativa não surpreende: na média, continuamos deficientes, principalmente no ensino público, em que os alunos, em geral, ainda estão muito distantes de um estágio razoável de aprendizado, capaz de dar esperanças concretas de que o país será mais competitivo no mundo globalizado, onde conhecimento é fator-chave de produção. A primeira constatação positiva é que a situação já foi pior. Nos anos iniciais do ciclo básico, da 1ª à 5ª série, a nota média foi de 4,6, um ponto maior que o resultado de 2005. Avança-se, portanto, em direção à meta estabelecida para 2021 de o Brasil chegar à nota 6, alcançada por países desenvolvidos em 2003, numa avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os objetivos fixados para 2009 foram alcançados; em alguns casos, ultrapassados.

Começa a dar resultado, portanto, a política de envolvimento do Executivo federal na educação básica, tradicionalmente deixada sob a responsabilidade exclusiva de estados e municípios. Com o Programa de Desenvolvimento da Educação, o governo federal passou a liberar recursos para a Federação e a trabalhar de maneira compartilhada em busca de metas.

Outra notícia positiva é que há centros de excelência em escolas públicas do ciclo básico, em que as notas do Ideb são de Primeiro Mundo. A escola municipal Aparecida Elias Draibe, de Cajuru, interior de São Paulo, é a escola pública com o ensino básico mais bem avaliado do país, com nota 9, obtida pelos alunos das séries iniciais do ciclo. No Rio, a melhor é a Escola João de Deus, no subúrbio da Penha, com 7,8 - quase dois pontos acima da meta de 2021 -, 32 colocada no Ideb, calculado para 1.146 municípios, do total de 5.564. Há pontos comuns nos dois casos. O envolvimento dos professores é um deles. A formação é outro aspecto de destaque. Em Cajuru, por exemplo, todos têm que cursar Pedagogia. Não se desprezam, também, métodos tradicionais de ensino, como ditados e o incentivo à leitura. Não, há, portanto, fórmula misteriosa de como fazer a revolução de que o Brasil necessita, já realizada em países como a Coreia do Sul, pobre na década de 50, e que, por acertar ao priorizar nos gastos públicos a educação, nos passou em renda per capita e outros indicadores. O desafio é replicar o método país afora.

O professor, um dos polos da questão, é elemento-chave a ser conquistado. Não é simples, pois o forte sentimento de corporação dos profissionais costuma ser um empecilho à modernização do ensino público. E não só no Brasil. Nos Estados Unidos tem havido grande desconforto de sindicatos de professores, tradicionalmente ligados aos democratas, com o governo Barack Obama, defensor de programas de avaliação do professorado e remuneração por mérito. Quando se observam as estatísticas desagregadas, não as médias, vê-se a dimensão da crise do ensino: há desníveis entre escola pública e particular - esta em níveis aquém das congêneres de países desenvolvidos - e entre regiões, como o Norte e Nordeste, muito mal situados, o que não surpreende. Mas o caminho para a mudança radical deste quadro começa a ser percorrido. É preciso, porém, continuidade, independentemente do governo da vez, em Brasília, estados e municípios.

Ideb 2009

Postado por Profª Gisele Lira | 18:30 | 0 comentários »

O desempenho dos alunos no Saeb/Prova Brasil, em conjunto com a taxa de aprovação, compõe o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que foi divulgado pelo MEC (Minitério da Educação) na tarde desta quinta (1). De modo geral, os três níveis avaliados alcançaram as metas estabelecidas.
A primeira etapa do ensino fundamental (1ª à 4ª série) ficou com nota média de 4,6. A segunda etapa (5ª a 8ª série), ficou com 4,0; o ensino médio, por sua vez, teve média 3,6. As médias, apesar de "vermelhas", estão acima das metas traçadas pelo governo para o ano de 2009, que eram de 4,2, 3,7 e 3,5, respectivamente. A nota é medida numa escala que vai de 0 a 10. SAIBA MAIS AQUI

Transtorno de aprendizagem afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números.
Assim como em outros transtornos de aprendizado, o tratamento da disgrafia é multidisciplinar e envolve neurologistas, psicopedadogos, fonoaudiólogos e terapeutas.
Com os cadernos de caligrafia fora de moda nas escolas, a letra ilegível deixou de ser marca registrada apenas de médicos e apressados. Atraídos pelo computadores, crianças e jovens tendem a exercitar pouco a letra cursiva - antes treinada à exaustão nas folhas milimetricamente pautadas. Assim, a hora da escrita pode virar um tormento: tanto para quem escreve quanto para quem lê. Nas crianças em idade de alfabetização, no entanto, a atenção de pais e professores deve ser redobrada. Letra feia no caderno pode não ser apenas falta de jeito com o lápis ou caneta, mas, sim, um transtorno de aprendizagem conhecido como disgrafia, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números. O centro do problema está no sistema nervoso, mais precisamente nos circuitos neurológicos responsáveis pela escrita.
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'Sobram exames, falta política educacional'

Postado por Profª Gisele Lira | 17:59 | 0 comentários »

Para especialista em educação, a implementação do Exame Nacional de Ingresso na Carreira de Docente é positiva, mas limitada. LEIA MAIS AQUI