> Folha de São Paulo, 08/11/2009 - São Paulo SP
Pesquisadoras de faculdades diferentes apontam restrição de atividades lúdicas. MEC confirma que colégios têm falhado no ensino de nove anos; secretária de Educação Básica diz que o brincar é "importantíssimo"
RICARDO WESTIN DA REPORTAGEM LOCAL
Das escolas que já adotaram o ensino fundamental de nove anos, parte fez a adaptação impondo pesados sacrifícios às crianças mais novas. Pesquisas em diferentes Estados mostram que nessas escolas os alunos de seis anos perderam parte considerável do tempo destinado a brincadeiras e atividades ao ar livre. Agora ficam debruçadas sobre livros, exercícios e até provas. Especialistas alertam que isso pode ter efeito devastador no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.
As escolas hoje dividem o ensino fundamental em oito séries. No ano que vem, todas -públicas e particulares- deverão seguir a lei que prevê a reorganização em nove anos. O ano extra foi colocado no início do ciclo. A criança passará a entrar no ensino fundamental com seis anos, não mais com sete. Assim, quem ia para a pré-escola irá para o primeiro ano. A primeira série se transformará no segundo ano. Muitas escolas se adiantaram e já seguem a lei. O problema é que algumas limitaram-se a impor às crianças de seis anos os mesmíssimos conteúdos que antes ensinavam às crianças de sete. Os esforços se concentram em ensiná-las a ler, escrever e fazer contas. As brincadeiras, comuns na velha pré-escola, ficaram em segundo plano. As professoras e pesquisadoras Iraíde Marques de Freitas Barreiro (da Unesp em Assis), Maria Silvia Librandi da Rocha (da PUC de Campinas) e Catarina Moro (da UFPR em Curitiba) chegaram a conclusões parecidas ao estudar escolas que já adotam o novo modelo.
"As atividades lúdicas ficaram restritas ao recreio, que não raramente dura 15 minutos", diz Maria Silvia. "A criança tem seis anos, mas já é tratada quase como adulto, com muita cobrança", afirma Iraíde. Um dos problemas é o fato de os professores não terem sido preparados para conduzir essa nova turma. Seguem mais o modelo da primeira série que o da pré-escola, sem o devido equilíbrio, por pressão de pais que desejam a alfabetização precoce e por pressão do sistema educacional -a Provinha Brasil avalia crianças de sete anos, do novo segundo ano. "Antes era o professor da segunda série que cobrava o da primeira para que os alunos chegassem alfabetizados. Agora é o professor do segundo ano que pressiona o do primeiro", afirma Catarina, da UFPR. O MEC confirma a falha dos colégios. "Estamos oferecendo orientações, explicando que o brincar é importantíssimo", diz a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda. Ela esclarece que o resultado da Provinha Brasil não é divulgado e, mesmo sendo negativo, não gera punições. Serve apenas para orientar a escola. Outro problema apontado pelas pesquisadoras é a falta de adaptações e reformas nas escolas para receber adequadamente às crianças de seis anos.
Fundamental de nove anos sacrifica lazer, dizem estudos
Postado por Profª Gisele Lira | 14:36 | 16 comentários »
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Importante matéria da folha de São Paulo sobre o Ensino de nove anos com a inserção da criança a partir dos seis anos de idade, aprovado pela Lei nº11.274 / 2006. A falta de clareza dos profissionais da educação, sobre essa nova modalidade de ensino, acaba que comprometendo todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. inclusive do direito de ser criança que gosta de brincar, que se movimenta, que desmonta brinquedos para apropriar de sua cultura.
A escola deve entender que são alunos com 6 anos,sendo assim, ministrar os conteúdos da antiga 1ª série (alunos com 7 anos) para eles poderá acarretar alguns problemas futuros, como relata a reportagem. Um ano faz muita diferença na estrutura mental da criança. Escola, cuidado com as aplicaçoes impensadas!
É preocupante este fator que as crianças não estão tendo tempo para brincar. E também os professores não foram preparados para o trabalho com estas crianças de seis anos.Os meios de comunicaçao já estão divulgando que entrará em vigor a lei das crianças entrarem na escola com quatro anos.Para tanto é urgente uma preparação adequada para os profissionais da educação.
A escola deve entender que são alunos com 6 anos,sendo assim, ministrar os conteúdos da antiga 1ª série (alunos com 7 anos) para eles poderá acarretar alguns problemas futuros, como relata a reportagem. Um ano faz muita diferença na estrutura mental da criança. Escola, cuidado com as aplicaçoes impensadas!
A criança deve aprender, mas não com muita rididez, até mesmo porque tem apenas seis anos. A escola deve construir um currículo que saiba envolver os conteúdos necessários para o desenvolvimento dessa fase da criança e a brincadeira, pois ela é importantíssima.
Daniela Barros.Na minha opinião a criança deve ter um tempo maior para as atividades ludicas.Os jogos,por exemplo,pode ensinar a criança muitas coisa positivas como:regras de convivencia ,trabalha o raciocínio,socialização de todas as crianças inclusive as timidas etc...
diante desse fato pode se concluir que a criança volta a ser considreda um adulto em miniatura diante dessa nova lei, pois ao entrar no ensino fundamental com seis anos ela passa a deixar o brincar de lado para se focar nos livros didaticos, pois nesse periodo a criança precisa brincar,imaginar, criar. segundo Vygotsky a brincadeira é de suma importancia nesse periodo, pois é por meio delas que há interaçao entre as crianças. Diante dessa lei a criança pula esta fase da infancia,ondre o brincar é a principal atividade.
Segundo o MEC o Ensino Fundamental de nove anos,pouco se trabalha o lúdico nos anos iniciais,o que sufoca a expressividade da criança sendo que é nesse espaço, que os professores deveriam estar preparando os seus alunos para terem autonomia por meio de bricadeiras e jogos recreativos.
As escolas devem rever os seus currículos para o ensino de nove anos. Pois,se o ato de brincar é fundamental para o desenvolvimento cognitivo das crianças, estas não podem ser privadas desses momentos. É preciso mais clareza dos profissionais da educação no planejamento de suas aulas.
Concordo com você Geovana. Para Elkonin nessa fase a principal atividade da criança é o brincar, por isso é importante que a escola proporciona esse ambiente de prazer para as criança.
Concordo com você Geovana. Para Elkonin nessa fase a principal atividade da criança é o brincar, por isso é importante que a escola proporciona esse ambiente de prazer para as criança.
Realmente o ato de brincar é fundamental para o processo de aprendizagem das crianças. No entanto, é precsio que os profissionais da educação tenham objetivos bem definidos ao executar essas atividades. Pois, sem objetivos definidos e a mediação do professor esses momentos vão servir apenas para recreação sem intenção pedagógica.
A criança até seis anos de idade precisava aprender de forma lúdica, no entanto, há uma cobrança da própria escola que a criança ao entrar no primeiro ano praticamente já saiba ler, isso é um absurdo. Muitos adutos aindam não sabem ler e escrever corretamente. Criança tem que brincar, principalmente nessa fase. Os currículos escolares precisam ser reformulados a forma de ver a criança também. Temos muito que aprender com elas e com os teóricos que incentivam a brincadeira nessa fase. quem sabe a criança tendo infancia, ela tenha mais interesse por leitura e pelos estudos.
O ponto central da questão é a avaliação dos resultados obtidos na prática com a aplicação da nova medida introduzida nas escolas, com a alteração do Ensino Fundamental para nove anos. A considerar que o ingresso das crianças aos seis anos de idade no cilco de alfabetização e que os resultados obtidos demonstrem ser prejudiciais à sua formação e o seu desmpenho, bem como qualquer alteração negativa no desenvolvimento pessoal das crianças, a medida devrá ser revista. De plano, se vê que os professores e as escolas não foram preparadas para trabalhar com essas novas crianças.
VERDADE ABSOLUTA!
Alguém diz que antigamente todas as crianças iam estudar e estudavam mesmo, não fingiam. Hoje infelizmente inventam desculpas para tudo e "ninguém" apreende mais nada.