Tempo de adaptação preocupa entidades e escolas. Aprovado pela Câmara, texto ainda precisa passar pelo Senado
Do G1, em São Paulo, com informações do ClicRBS
Ao mesmo tempo em que promete melhorar a qualidade do ensino em creches e pré-escolas, um projeto de lei ameaça o curso de formação de professores em nível médio Normal, conhecido como magistério, bem como os serviços prestados por entidades comunitárias. Aprovada pela Câmara dos Deputados, a proposição da deputada Angela Amin (PP-SC) exige diploma a todos professores do ensino básico, a começar pela Educação Infantil. Para entrar em vigor, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado, o que não tem data prevista. Embora em teoria todos concordem com o aumento da qualificação dos professores, a viabilidade da medida preocupa a comunidade escolar. A principal dúvida da presidente do Sindicreches, Susana Fogliatto, que representa 5 mil escolas privadas de Educação Infantil no Rio Grande do Sul, é quanto tempo as escolas terão para se adaptar. Segundo a deputada, autora do projeto, o prazo deve ser definido após a aprovação, quando a lei precisará ser regulamentada pelo Ministério da Educação. Com a esperada corrida às faculdades de licenciatura, uma das primeiras consequências deve ser o gradual fechamento dos cursos de formação de professores em nível médio, já decadentes nos últimos anos. No Instituto Estadual de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre, que chegou a ter 2 mil alunos no magistério, hoje restam cerca de 350 matriculados. Por falta de demanda, o Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama, também na capital gaúcha, está prestes a fechar as portas. Será em 2011, quando os últimos 45 alunos concluírem seus estudos. "A lei é boa, mas precisaria pelo menos uns 10 anos para a adaptação. Com a crescente exigência por faculdade, os alunos do Normal acabam em desvantagem no vestibular, porque o currículo tem menos aulas de química e matemática, por exemplo", avalia a diretora do Paulo da Gama, Nilse Christ.
Impacto - O impacto do projeto preocupa entidades comunitárias, que sobrevivem com doações e repasses públicos. "É simplesmente a inviabilidade de funcionar", preocupa-se Fernanda Ribas, consultora jurídica do Sindicato das Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação de Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul, temendo o risco de fechamentos em cascata entre as 600 creches comunitárias no estado, que atendem cerca de 40 mil alunos.
Na rede privada, o cenário é outro. Apostando na qualificação como diferencial, boa parte das escolas privadas já opta por contratar professores com diploma. Na Pato – Escola de Educação Infantil, por exemplo, apenas uma das oito professoras ainda não concluiu a faculdade, e há inclusive profissionais com pós-graduação, como a pedagoga Patrícia Dexheimer, 38 anos, especializada em psicopedagogia. "A escola divide com a família a base de todas as coisas que vão influenciar a criança, por isso é muito importante um bom preparo pedagógico. Educação infantil não é recreação", argumenta a coordenadora pedagógica da escola, Laura Hoppe.
SAIBA MAIS
COMO É HOJE - Docentes da Educação Infantil até a 4ª série do Ensino Fundamental ainda podem exercer a profissão com nível médio
COMO FICARÁ - O projeto de lei 3971/2008 exige nível superior para todos os professores da Educação Básica, a começar pelas creches. Só será admitida a contratação de professores sem curso superior em locais onde comprovadamente não houver profissionais com essa formação
COMO É NA REDE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL - Dos 68 mil professores da rede estadual de educação, apenas 5.397 não têm curso superior. Segundo a diretora pedagógica da Secretaria Estadual da Educação, Sonia Balzano, o Estado não terá dificuldades em cumprir a lei
INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO - O Ministério da Educação desenvolve o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. O plano prevê a oferta de cursos superiores gratuitos para professores da rede pública - No Rio Grande do Sul a expectativa é que os cursos comecem a ser oferecidos em 2010, em universidades públicas e comunitárias (detalhes e número de vagas ainda estão em definição). Para se candidatar a uma vaga, os professores precisam se cadastrar no site http://freire.mec.gov.br/ (Com informações do Zero Hora)
Projeto que exige diploma para dar aula em creche ameaça curso de magistério
Postado por Profª Gisele Lira | 11:54 | 12 comentários »
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Esse projeto de lei deve ser aprovado, somente assim vamos acabar com o despreparo visto nas maiorias das creches. Somente a lei não basta precisa de profissionais comprometidos com o fazer pedagogico.
concordo plenamente com a pedagoga Patricia: "Educação infantil não é recreação", por isso os professores devem estar tão bem preparados como qualquer outro professor do ensino fundamental ou médio.
Acredito que ao exigir diploma dos profissionais que atuam na educaçao seja talves uma das maneira da educaçao ter uma melhora, pois essa area precisa de pessoas capacitadas, com conhecimentos amplos, para poderem ajudar seus alunos, pois os cursos superiores procuraram dá suporte aos formandos na hora de por em prática suas teorias estudadas durante os cursos.
É muito importante que todos os envolvidos com Educação sejam e estejam preparados para esta tarefa que exige muito do profissional.Por isso, acredito que a iniciativa, aprovada pela Câmara dos Deputados, em exigir diploma para todos os professores é louvavél. A Educação Infantil e a Creche precisam de pessoas capacitadas.
A aprovação dessa lei é fundamental para que a educação se torne mais qualitativa e significativa para as crianças pois, a educação infantil relamente não pode ser vista como um momento de recreação. Portanto, para se trabalhar com crianças é necessário pessoas qualificadas.
É verdade Laura, nao adianta a pessoa ter curso superio e preciso ter um compromisso com a sua profissao, mas essa lei vai ajudar alguns a se tornar um otimo profissional, pois tem pessoas que só falta oportunidades.
A formação acadêmica é fundamental no preparo docente, e quando se trata de criança se evidencia muito mais esta necessidade, atualmente as consequências dessa falta de preparo de formação dos individuos esta estampada na ralidade do cotidiano, que almeja uma mudança no perfil do educador para que consiga mediar o ensino articulando as atividades sistematizada com o contexto real do aluno.
Nós futuras(os)professoras(es), precisamos prosseguir com confiança e muita esperança. As mudanças podem demorar, precisam de adaptação, mas ela virão. É necessário o diploma á todas(os)as(os) professoras(es). Porem precisa agregar ao diploma uma formação crítica, sólida para atuar com dignidade.
Que lega saber que as antigas mãe crecheira terão ser pedagogas com certeza as crianças sairam da creche mais preparadas.Regina
criança é um ser especial, é preciso ser cuidada com carinho e sabedoria. existem pessoas que não tem pedagogia e são exelentes "professores". por outro lado, não quer dizer que por ser um pedagogo vai ser melhor para criança. porém, na teoria o pedagogo é o mais apropriado para tal, agoara vamos esperar pra ver a junção da teoria com a prática.
O projeto de lei sobre profissionais capacitados para trabalhar em creches vai mexer com toda a estrutura do atendimento das creches. È importante, mas nós não devemos esquecer que o nosso país é grande e desigal até mesmo na formação dos profossonais que trabalham na área educacional.
Concordo plenamente com esse projeto de lei ele deve ser aprovado com urgencia porque so assim as creches vao acabar com esses profissionais despreparados que n ão tem ensino fundamental completo e nem um preparo para trabalhar com crianças em creches.~ ~